16.7.07
A crise ( II )
Apesar de estar cansada e de me sentir derrotada, o sono tardou em chegar.
Ao acordar vi que ele já não estava. Estava nervosa. O encontra a três que eu pedi durante meses (desde que ela começou a dizer-me que se encontrava com ele e eu não acreditava) estava por poucas horas.
Mandei um sms a confirmar a hora a o local. Eu preferia um sítio discreto, mas ela queria que fosse no café. Eram 13h e nos estávamos à porta do café. Aguardamos que ela almoçasse e saísse e falamos.
Foi o encontro a três que eu muito ansiei mas que em nada ajudou a minha decisão. Tudo o que ele disse ela desmentiu. Tudo o que ela disse ele desmentiu. Sai de lá com uma única certeza: um dos dois me mentia, só não sabia quem. Se ela tinha a aliança, tinha. Como a conseguiu, não sei, porque ele tinha uma na mão dele. Conseguiu mostrar-me os sms e a cada um a minha vontade de chorar e de lhe bater aumentava. Contive-me, não podia dar-lhe o prazer de assistir a tal cena. A discussão estava a ficar descontrolada e decidi terminar com aquilo. Fiz com que ele dissesse à frente dela tudo o que me havia dito a mim, e fiz com que ela entendesse (acho eu) que se não for eu a deixa-lo ele nunca me vai deixar, e que por isso mesmo ela pode se encontrar com ele quando quiser e pôr-me os cornos as vezes que eles quiserem, mas que nunca terá mais do que isso, meros encontros de rapidinhas dadas às escondidas.
Sai dali e fui para casa. Sem saber o que pensar, sem saber o que fazer, sem saber quem me mentia.
Estava cada vez mais confusa. Como podiam eles, cara a cara, desmentir tudo o que o outro dizia??? Os dois já me mentiram, por isso sei que os dois são capazes de o fazer, mas cara a cara…
Deitei-me na cama onde tantas vezes tínhamos feito amor, onde falamos sobre os nossos filhos, sobre a nossa casa, sobre nós e tentei pensar. As horas passaram e eu não fui capaz de me decidir. A Sofia, a minha miga de todas as horas, foi a minha consciência.”Não procures entender, nem procures respostas que não existem. Por mais que te doa acabares com tudo, talvez seja essa a chave que abre a porta da tua felicidade. Estas demasiado presa esse gajo e tens de pensar primeiro em ti, tal como ele pensou primeiro nele e nos 5 minutos de prazer que a outra lhe podia dar.”
E eu sei. Eu sei que tudo o que a Sofia disse é verdade, e eu sou a primeira a dize-lo, mas virar as costas é muito, muito difícil. Falta-me a coragem. Já me preparei para esta partida uma vez, mas não há preparação possível. Comigo tudo tem de ser feito no calor do momento, e se paro para pensar…
No dia da grande descoberta, eu não tinha carro (fazia parte dos truques dele não ter o meu carro a porta de casa para ela não ver). Tive de ir com ele busca-lo onde o havíamos deixado, e no caminho ele fez-me uma revelação. Tentou com aquela revelação justificar todas as suas atitudes destes 69 meses, todas as suas infidelidades. Fiquei boquiaberta com a revelação. Afinal fazia todo o sentido, mas e eu? Não sentiria eu o mesmo que ele? Sentia exactamente o mesmo, e não foi por isso que desatei a foder com tudo e com todos.
A revelação… fica para outro dia, porque ainda estou a tentar perceber se era realmente esse o motivo ou não.
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Sophie
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4 comentários:
Obrigada pela visita e pelo link...
Tenho de voltar com mais calma para ler este teu post... parece me que temos estorias parecidas!
Beijo
Alice
Muitas vezes nem tudo que nossos olhos enxergam é a verdade...
Para isso, temos alma, mente e coração... Para enxergarmos além.
Beijos.
Força nesta tua nova etapa.
So nao percibi uma coisa tens filhos.
Um homem fiel.
Alice
Espero que mais ninguem me diga que tem uma historia como a minha, porque doi demais. Por outro lado é bom saber que não sou a única.
Raíssa
Muitas vezes não vemos somente porque não queremos ver.
apulgasexy
Obrigada pela força e espero que sejas realmente um homem fiel.
Não tenho filhos mas como já escrevi em posts anteriores, estavamos a tentar.
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