17.7.07

A crise ( III )

“Hoje é sábado, vamos sair?” “Não, vamos jantar a casa da minha mãe.” “E depois não vamos sair?” “Não sei, contigo só se pode fazer planos para ontem, por isso logo se vê!” “E vais para casa da tua mãe como essa disposição?” “Pois não tenho outra. Além disso se eu estou com esta disposição a culpa é tua e da tua amiguinha.” Mas fomos. Jantamos, fomos ao café com os nossos amigos e… Apareceu lá aquele rapaz que eu vejo de mês a mês, aquele que liberta a imaginação de qualquer gaja. E ainda bem. Somos amigos há imensos anos, e sei que ele (o “meu” namorado) morre de ciúmes dele apesar de o negar e de nunca o demonstrar. E foi ai que começou a festa. Sentei-me ao seu lado e comecei a pica-lo para irmos sair. Um toque no braço, mais um na perna, outro no rosto, e uns metros mais ao lado estava ele a ver tudo. Com cara de poucos amigos dizia-me sem parar: “ou vamos sair ou vamos para casa, não estou para estar aqui de pé a aturar as bebedeiras dos outros.” Ciúme, pensei cá para mim. Ao fim de quase uma hora consegui convence-lo (ao rapaz), e fomos sair. Entramos num bar, e aproveitando o barulho da música que nos obrigava a falar muito perto comecei a seduzi-lo com pequenas palavras para que mais ninguém percebesse. Ele, ao contrário de mim, era bastante mais óbvio nos seus gestos e as minis não lhe deixavam pensar que o “meu” namorado estava a poucos metros. Ao fim de algum tempo fui ter com ele e disse-lhe: “Como vês não é difícil para mim pôr-te os cornos, basta querer. Por isso toma cuidado, porque eu posso estar junta contigo, posso respeitar muito a nossa relação e acima de tudo aquilo que eu sinto por ti, mas se me fazes perder esse respeito… depois vais ver como eles pesam.” Beijei-o como se não o visse à meses, virei-lhe as costas e fui ter com as minhas amigas. Foi uma noite de emoções fortes. Fez-me bem sentir que ainda sou desejada, que alguém me toca com paixão (ou com tesão, não sei), mas sabe bem. E sabe ainda melhor saber que um outro alguém admira a cena à distância e se rói de ciúmes. Abusei??? Sim, e eu sei (apesar de também já mo terem dito, ao que eu respondi que tive os meus motivos sem dar mais explicações), mas soube tão beeeeeeemmmmm.

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