
A viagem para Évora foi uma das grandes loucuras da minha vida, mas também a mais bonita.
A Patrícia esperou que eu terminasse a minha frequência e logo de seguida partimos. Fomos para a estrada sem ter a menor ideia de como se chegava a Évora e talvez por isso tenhamos feito o dobro dos Km necessários para lá chegar. Tive tempo ainda para procurar e rever uma amiga de liceu, mas poucos minutos mais tarde ele chegou.
Ao ver-nos ficou um pouco surpreendido, mas rapidamente pôs um sorriso. Fomos jantar e ele não quis ir, o que me levou rapidamente a pensar que não o voltaria a ver nessa noite e que nem devia ter ido para Évora.
Mais tarde, e depois de cumprida a missão que os levou lá, o grupo dispersou. A patrícia e o J desapareceram, e dou por mim sozinha, no meio da queima de uma faculdade desconhecida, numa cidade que visitava pela primeira vez. Depois de procurar uns minutos encontrei pessoas conhecidas, incluindo o meu príncipe, e foi aí que começou a minha noite.
No meio de conversas onde o álcool era o protagonista, ele convidou-me para ir dar um passeio para fora da confusão e procurar um lugar para nos sentarmos. Não é difícil adivinhar a minha resposta, muito menos a cara de felicidade que eu devia ter naquele momento.
Lá fomos nós, lentamente por entre a multidão procurar um lugar mais calmo onde pudéssemos conversar, de preferência sentados. Falamos, e ai sim falha-me a memória, porque só me lembro de pensar durante tempos sem fim ele me tinha convidado para ir dar um volta e conversar um bocadinho. Meu Deus, como eu estava feliz.
Ele precisava de um banho, e perguntou-me, “queres vir comigo, preciso de um banho”. A medo, mas na tentativa de o seduzir, respondi-lhe “posso te fazer companhia, mas só no caminho”.
Subimos por um caminho de calçada, por entre casas antigas antigas, típicas de uma cidade tão bonita como só Évora consegue ser. Chegamos a um edifício que se assemelhava muito a um convento, mas só no interior ele me disse que estávamos num seminário (sim, com padres a sério). Não pensei na loucura que era, estava demasiado feliz para ter consciência disso. Abri a janela e admirei a cidade (o pouco que conseguia ver) e esperei pacientemente que ele terminasse o seu banho.
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