1.4.09

Ponto final



Passaram já uns meses desde que te “contactei”. Não sei se te lembras mas isso agora nem sequer importa. Talvez tenhas pensado que te iria cobrar alguma coisa e talvez por isso tenhas negado seres quem és, mas como já disse isso não importa.
Tentei contactar-te por mera curiosidade, porque queria saber como estás. Acabei por ter noticias tuas quando menos esperava, através de um amigo, e agora sei que estás bem e sei também que estás longe (melhor assim).
Quase 10 anos depois não sei porque continuo a lembrar-me de ti. Sei que foste demasiado importante para mim para te poder esquecer, mas não tão importante ao ponto de ainda acordar a pensar em ti. Talvez precise apenas de pôr um ponto final nesta história que afinal nem chegou a começar. Talvez precise apenas de te dizer o que nunca tive oportunidade de dizer… preciso que saibas o quanto foste importante para mim, o quanto fui apaixonada por ti, o quanto te desejei. Acho que nunca te amei, mas a paixão que senti por ti foi intensa. Guardo até hoje as tuas recordações, uma fotografia, uma flor que roubaste para me oferecer, um cartão que me assinaste, o cheiro da tua pele e o sabor do teu beijo da única vez que estivemos juntos, e a enorme mágoa de ter sido orgulhosa na noite em que te vi pela última vez.
Tantas vezes quis saber o que pensavas, o que sentias, se me desejavas… Tantas vezes te quis encontrar… Hoje já não. Não quero saber o que sentias (ou não) por mim, nem te quero ver. No fundo acho que tenho medo. Tenho medo de ainda te desejar e tenho medo de não sentir nada. É confuso, mas é a verdade. Tenho medo de sentir aquele friozinho no estômago, tenho medo de te ver e de sentir que nada mais no mundo importa senão tu, tenho medo de ter vontade de deixar para trás tudo o que conquistei nestes anos, e tenho mais medo ainda de te olhar nos olhos e não sentir nada, e perceber afinal que a pessoa que desejei tão arduamente no passado já não significa absolutamente nada para mim.
Acho que me estou a enganar a mim própria quando digo que não quero saber, mas não tenho o direito de te pedir nada e não o vou fazer. Não me digas se eu fui ou não importante para ti, não estragues a fantasia que criei à tua volta.
Não sei porque continuo a pensar em ti. Sei apenas que nunca te disse o quanto eras importante para mim e acredito que enquanto não to disser não vou conseguir ser feliz na vida que escolhi ter.
Ninguém pode ser tão importante na vida de outra pessoa sem saber que o é (ou foi).
De ti quero apenas que me digas que já sabes, que hoje sabes o quanto foste importante na vida de alguém, na minha vida.
Até esse dia não vou conseguir deixar de te procurar.

2 comentários:

pecado original disse...

Fiquei engasgada.



(Temos sempre um desses na nossa vida.)

Mary disse...

Há pessoas que nos marcam e que portanto nunca esquecemos. beijinho